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MUSEU-SP: Herdeiros tentam reaver quadro do acervo do Masp - Heirs try to recover looted painting from Museum of Fine Arts in Sao Paolo Brazil

1998
1970
1945
Ovale 13 March 2014
Por Silas Martí

SÃO PAULO, SP, 13 de março (Folhapress) - Herdeiros de uma família judaica da Alemanha vêm tentando há seis anos negociar com o Masp a devolução de uma tela que pertencia ao banqueiro Oscar Wassermann, morto em 1936. Mas o museu não se manifesta.

"O Casamento Desigual", tela atribuída a um discípulo do pintor flamengo Quentin Matsys, no século 15, está no acervo do museu desde 1965.

Netos de Wassermann alegam que a tela hoje avaliada em cerca de R$ 71 mil foi vendida entre outras obras da coleção nos anos 1930 para financiar a fuga da família da Alemanha e que por isso eles teriam direito a uma indenização ou à restituição da obra. O caso foi revelado hoje pelo jornal "O Globo".

Segundo Henning Kahmann, advogado da família em Berlim, os herdeiros ainda tentam reaver a coleção desmembrada na época do regime nazista e durante a tentativa de fuga dos Wassermann, mas não era uma coleção com grandes nomes da arte ocidental, apenas o que "famílias abastadas teriam como peças de decoração".

"Estamos à procura de muitas obras, mas essas peças são difíceis de identificar", diz Kahmann à reportagem.

"Ficaríamos felizes se o museu devolvesse a pintura, mas eles se recusam a negociar. O justo seria devolver a obra, já que não foram gastos recursos públicos em sua aquisição e ela nada tem a ver com a cultura brasileira."

De acordo com o Masp, que não quis se manifestar sobre o caso, a obra foi doada ao museu pelo barão Thyssen-Bornemisza, um dos maiores colecionadores do século 20.

Embora a firma de advocacia Trott Zu Solz Lammek, com sede na capital alemã, tenha entrado em contato com o Masp em 2008, o caso só teve repercussão agora, já que o Condephaat, órgão estadual de defesa do patrimônio histórico, foi acionado.

Ana Lanna, presidente do Condephaat, diz que o conselho do órgão analisou o caso no início da semana, mas que só pode dar algum parecer após decisão do Masp.

O acervo do museu é tombado na esfera estadual desde 1973, e qualquer movimentação das peças deve ser comunicada ao governo. "Não podemos fazer nenhuma manifestação agora", diz Lanna.

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